As previsões otimistas devem ser encaradas com estratégia pelas pequenas e médias empresas que querem aproveitar a data para divulgar promoções.
Se antes o queridinho do comércio no fim do ano era o carismático Papai Noel, hoje as lojas, virtuais e físicas, possivelmente têm mais anúncios de promoções de Black Friday que da visita do bom velhinho. Com previsões otimistas para este ano, com o aumento do faturamento, é necessário avaliar as oportunidades para saber como a marca pode aproveitar essa nova data importante no calendário do consumidor.
Black Friday: sinônimo de promoção
Já consolidada como uma das datas mais importantes do comércio nacional, a Black Friday se tornou praticamente sinônimo de descontos, tanto que é cada vez mais comum ver promoções durante outros períodos que utilizam o termo “black” para atrair clientes.
Muito tradicional nos Estados Unidos, onde a Black Friday marca o começo da temporada de compras natalinas após o Dia de Ação de Graças, no Brasil a primeira edição ocorreu em 2010, ganhando ano a ano novos adeptos, entre as lojas físicas também. Mesmo com ofertas em diferentes segmentos, ainda são os eletrônicos, smartphones e itens de decoração que atraem mais consumidores, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Ao mesmo em que se consolidou como período de boas oportunidades, a Black Friday no Brasil também foi associada com manchetes não tão vantajosas, como fraudes nos preços, indisponibilidade de estoque, lojas que cancelam o pedido sem justificativa e a atuação mais ativa do Procon. Apesar disso, o número de pessoas que não confiam ou não pretendem comprar durante a Black Friday diminuiu de 38% em 2017 para 35% neste ano.
Não transforme a Black Friday em uma dor de cabeça
Com cada vez mais lojas físicas aderindo, ainda é no digital que a Black Friday encontra força. Segundo um estudo da PayU, provedora de pagamentos online, a expectativa é que em 2018 pelo menos 36% das compras de Black Friday sejam realizadas pelos celulares, com estimativa da Ebit|Nielsen de que o comércio eletrônico deva faturar R$ 2,43 bilhões durante a Black Friday neste ano, alta de 15% em relação a 2017.
Se esse momento parece promissor para muitas marcas que se entusiasmam para colocar promoções online, também vale lembrar da competição bem mais acirrada: especialmente para marcas pequenas e médias disputar a timeline com gigantes do comércio pode ser desleal, já que nessa época é comum que os anúncios online encareçam pela disputa, diminuindo o potencial do seu conteúdo. Assim, caso a data não esteja na sua programação, com atenção da navegação mobile ao pós-vendas, a experiência pode ser prejudicial tanto para o cliente quanto para sua marca.
Uma estratégia para evitar esse embate direto, por exemplo, é apostar nos dias que antecedem ou precedem a Black Friday: de acordo com o Google o fenômeno dura três semanas e as marcas podem aproveitar os consumidores indecisos durante esse período para oferece produtos similares aos pesquisados e benefícios diferenciados, como frete ou kits, sem tanta concorrência. Além disso, de acordo com dados do Google, as compras da Black Friday são mais pessoais, com itens para consumo próprio, e apenas 15% dos consumidores aproveitam a data para compras de natal ou associadas com o período de fim de ano. Dessa forma, caso o perfil da sua marca seja mais voltado para produtos familiares, presentes ou compras de natal, esperar a black friday passar faz todo o sentido.
Assim, a Black Friday deve ser encarada como uma excelente oportunidade de atrair tanto novos quanto antigos clientes, mas exige planejamento, objetivos e estratégias bem definidas, da navegação ao pós-venda. Dependendo do perfil da sua marca, aproveitar os períodos que antecedem ou posteriores da data poderão ser muito mais estratégicos que entrar na onda sem preparação adequada.