Como a internet afetou as eleições de 2018?

Fake News, anúncios nas redes sociais, chatbots… vivemos a eleição brasileira com maior presença online dos últimos tempos.

Em tempos que notícias parecem fake news e inverdades ganham status de notícias, fica difícil saber o que compartilhar ou como se informar nas redes sociais sobre os candidatos das eleições deste ano, certo?

Com 57,8% dos brasileiros conectados à web (IBGE), essas eleições representam o avanço do digital e podem demonstrar, de vez, como o online pode ajudar a definir os votos.

O peso das fake news:

Quem já não recebeu no Whatsapp uma mensagem ou vídeo com “verdades” sobre um candidato, suposições de conspiração ou projetos de leis que nunca existiram? Em tempos que compartilhar notícias é mais rápido que fazer uma ligação telefônica, pesquisar as fontes, verificar os dados em mais de um site e tentar evitar a propagação das fakes news deve ser uma preocupação geral nesse período eleitoral.

A disseminação de fakes news como fator político está em discussão desde a eleição de Donald Trump em 2016, já que o presidente teria utilizado algumas ações controversas que ainda estão sob investigação do FBI para espalhar conteúdo online com a difamação da adversária em diferentes redes sociais. Até mesmo o Facebook teve seu valor de mercado afetado pela polêmica, com o vazamento de informações pessoais como estratégia dessa divulgação.

Atualmente no Brasil, de  acordo com reportagem da Veja, alguns candidatos utilizam “apoiadores” virtuais contratados que criam diferentes perfis para compartilharem boas notícias e elogios sobre os candidatos nas redes sociais e sites de notícias, o que está contra a lei, uma vez que os eleitores não podem receber pagamento para divulgação dos candidatos. De acordo com a reportagem, outros candidatos apresentavam “seguidores fantasmas” em seus perfis de países como a Índia, para inflar o número de fãs.

Política na sua timeline:


A novidade nessa eleição é a medida adotada na reforma eleitoral de 2017: de acordo com o artigo 57 da lei eleitoral, os candidatos podem impulsionar os conteúdos próprios para que atinjam mais pessoas nas redes sociais, porém, a propaganda disfarçada ou pagamento para eleitores fazerem comentários e divulgarem conteúdos continua proibido, contanto que seja comprovado a origem do dinheiro.

Assim, os candidatos podem segmentar os conteúdos para públicos de interesses, seguindo as ferramentas já presentes nas redes sociais, mas não poderiam utilizar segmentações ou dados pessoais que sejam além daqueles fornecidos pela plataforma. Alguns candidatos, inclusive, apresentam anúncios ativos no momento, representando que essa novidade foi bem implementada na reta final:     

 

 

Nesse sentido, é importante destacar que enquanto o eleitor da TV normalmente está aberto ao debate e quer decidir o voto ao longo do tempo da campanha eleitoral, os eleitores que estão atuantes na internet já têm as preferências mais claras e vão posicioná-la de maneira mais ostensiva, seja com o compartilhamento de uma notícia ou até a troca de imagem do perfil. Assim, ter a possibilidade de anunciar os conteúdos do candidato para esse público já engajado pode ter como resultado a melhor divulgação e compartilhamento das mensagens, evitando desinformações e boatos.

Outra vantagem das campanhas online para os candidatos é conseguir medir o sentimento dos eleitores a cada debate, evento ou estratégia quase em tempo real, medindo as taxas de engajamento e alcance de cada mensagem, o que pode ser um termômetro importante para a popularidade e, principalmente, os pontos que eles devem reforçar em seus discursos.  

Acompanhar essas eleições no Brasil, portanto, é um exercício para verificar novas e boas práticas de se fazer política nas redes sociais, com a possibilidade de segmentar anúncios para eleitores que estejam mais associados com suas propostas e, ao mesmo tempo, denunciar e evitar más práticas online, como a disseminação de fake news, uso indevido de perfis pessoais para divulgação, propaganda partidária não sinalizada e a compra de usuários fantasmas.

Nesse ponto, mais do que nunca, o eleitor brasileiro deve estar atento, pesquisar todas a informações recebidas sobre o tema e aproveitar os recursos que a Internet oferece para decidir o voto da melhor maneira.

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