Ter o seu voto decidido com a ajuda e interação de robô parece algo saído direto dos contos do escritor Isaac Asimov, autor de Eu, Robô? Talvez sem perceber você já esteja interagindo com robôs para resolver seus problemas diários e pode utilizar ainda mais essa interação de chatbots nas eleições. Quer saber como?
A evolução dos chatbots: do SAC ao seu voto!
Uma pesquisa realizada pela Gartner indicou que até 2019 20% das marcas abandonarão seus aplicativos móveis devido ao excesso de APPs disponíveis e ao alto custo com manutenção. Assim, de acordo com o estudo até 2020 as pessoas deverão conversar mais com chatbots do que com seus cônjuges, o que mostra que ter um robô te ajudando a decidir o voto não é uma possibilidade tão distante.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o órgão vem se preparando para lançar as novas regras de comportamento online para candidatos. A boa notícia é que os bots não serão proibidos: contas automatizadas para divulgar agendas, além das plataformas do governo estão autorizadas. Já os mecanismos utilizados para ofender ou manipular pesquisas online, entretanto, fazem parte da lista dos itens barrados pelo TSE. O motivo é evitar o compartilhamento de conteúdos falsos, que poderiam sofrer manipulação.
Com esse cenário, torna-se clara a possibilidade de criação de bots que se comuniquem com eleitores por chats, ajudando a responder perguntas e divulgando agendas e canais de contato. A interação favorece a manutenção de um relacionamento positivo com os eleitores, o que pode ser um diferencial no momento de definir o voto. Além disso, com o chatbot, a captação de interesses dos eleitores é mais uma possibilidade e representa uma ajuda precisa para direcionar toda a estratégia da campanha.
Mais uma vantagem dos bots para o cenário eleitoral está na padronização das interações, atendendo a um grande volume de eleitores independente do dia ou horário em que eles entrem em contato. O chatbot, assim, deve ser preparado para seguir a mesma linguagem e posição do candidato, representando a figura real dele para os eleitores.
Chatbots nas eleições já são realidade
Se todo esse papo está parecendo conversa futurista, calma! Nas eleições de 2014 no Brasil os candidatos Aécio Neves e Dilma Roussef já contavam com bots para as discussões durante o período e de acordo com o estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV/DAPP) essas interações já ajudavam no debate público em maior escala, gerando 10% do debate no período, o que poderá ser ainda mais expressivo nas próximas eleições.
O exemplo mais marcante até o momento é norte-americano: pesquisadores da Universidade Oxford indicaram que chatbots pró-Donald Trump superaram em cinco a um os programas apoiadores de Hillary Clinton, o que pode ter influenciado na percepção de que o candidato eleito tinha mais suporte e popularidade. O caso também abriu uma ampla discussão sobre o fake news disseminado nas redes sociais.
E em 2018?
A internet virou um espaço de discussão política e o brasileiro está cada vez mais conectado, com uma crescente ano a ano. Para os partidos em futuras eleições, estar online não vai ser exceção, mas uma necessidade. Longe de representar spam ou uma interação ruim, os chatbots possibilitam que os eleitores tenham informações padronizadas e online, na hora que desejarem.